Solução glicerinada de sanitizante à base de álcool preconizada pela OMS é produzida em projeto da UFMT

Em uma iniciativa de combate ao coronavírus incentivada pela Universidade Federal de Mato Grosso, docentes e alunos do curso de Ciência e Tecnologia de Alimentos e de Nutrição uniram conhecimentos para, nos últimos meses, trabalharem na produção e distribuição de solução glicerinada sanitizante à base de álcool recomendada pela Organização Mundial de Saúde.

A fabricação do produto faz parte de projeto de extensão da Universidade, e tem como um dos coordenadores o técnico em Química, mestre em Ciência de Alimentos e doutor em Química Ambiental Paulo Afonso Rossignoli.

“Já trabalhei com alguns projetos de pesquisa na Universidade, mas um projeto de extensão, uma ação social como essa foi a primeira vez. Tivemos o apoio do Instituto de Ciências Exatas e da Terra da UFMT, o que possibilitou a compra dos insumos, e também da Cervejaria Louvada, que cedeu um tanque misturador para a produção do sanitizante. Realizamos tudo dentro das normas sanitárias, tivemos o rótulo o produto aprovado pelo CRQ e conseguimos produzir 6 mil litros do sanitizante”, contou o professor do curso de Ciência e Tecnologia de Alimentos.

O sanitizante produzido foi envasado em embalagens de polietileno virgem e distribuído em Cuiabá, para entidades filantrópicas, creches, asilos, Unidades de Pronto Atendimento, para Batalhões da Polícia Militar, entre outros.

Segundo Paulo Afonso Rossignoli, a solução produzida constitui-se de álcool 80% (v/v), com 1,45% de glicerol e 0,90% peróxido de hidrogênio, sendo uma solução estéril o tempo todo, eficaz para uso cotidiano, por profissionais da saúde e para a comunidade em geral, na esterilização de superfícies, de mãos, e de superfície corporal em geral, com formulação proposta pela OMS e com 10 anos de utilização.

Aluna do 5º semestre do curso de Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFMT, Renata Lênnen da Cruz e Silva destacou a importância de poder ter contato prático com algo que já conhecia na teoria.

“No curso nós somos ensinados sobre o conceito, modo de higienização, como usar e quais produtos usar. Produzir o sanitizante não é algo que faz parte da nossa grade. Posso dizer que foi uma experiência enriquecedora, válida para mim como profissional, que pude aprender e ao mesmo tempo ajudar o próximo, assim como para a sociedade, que foi beneficiada com a produção e distribuição desse produto.”

A proposta inicial era encerrar o projeto em 31/12/2020, mas uma doação de mais 10 mil litros de etanol pode estender esse prazo.

“Nós tivemos algumas conversas com o poder público municipal e estamos na expectativa de receber mais 10 mil litros de etanol, que é o único insumo que não temos mais. Se essa doação se efetivar, o projeto deve ser prorrogado. Precisamos considerar que esse cuidado com a sanitização de ambientes, das mãos, vai se manter por muito tempo, então eu acredito que esse é um projeto que pode ter sim uma duração muito maior que a prevista”.

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